O papa vai perdoar este meu soneto blasfemo, mas a decepção com os políticos brasileiros é de dimensões colossais!
Bem-vindo, santidade, a esta terra a Deus temente./
Abençoais o povo que tem na fé seu mor pendor,/
e dizeis vós, santo ativista das galáxias do Senhor:/
do que acusa o Deus terrível a essa gente?/
Vedes a malograda massa diuturnamente/
nas vis arremetidas do status dominador,/
debatendo-se nas procelas políticas de tanto irmão traidor;/
por que, santíssimo, o Pai permite e se faz tão conivente?/
Vós viestes e vistes como é belo o Rio de Janeiro./
Cidade maravilhosa, relíquia da pátria, gema da geografia,/
mas tomada por neros, arrivistas, bando finório e sorrateiro./
Talqualmente — como dizia Odorico — escarnecem do Brasil ex-altaneiro,/
que permitis, santidade, eu ser sincero e vos falar de uma tal monografia/
dissertando a tese de que é o Diabo, e não Deus, o brasileiro!/
Publicado em julho/2013.