Crack
Titubeante o rapazinho chega ao lar,/
Numa agonia de causar horror profundo,/
Desaba ao chão agonizante, cruel mundo,/
Se regozija da inocência emboscar./
Embarga a voz da mãe aflita a contemplar,/
O filho amado, imensa dor calando fundo,/
Num urro louco que ecoa num segundo,/
Ao desatino o leva ao colo pra ninar./
Aquelas pedras no caminho condenado,/
Em breve a joia seria do degredado,/
E a mortalha dessa mãe, final dos planos./
O tenro infante ao exalar o extremo alento,/
A mãe pungida roga aos Céus, em vão, lamento:/
“Piedade, Senhor! Meu bebê tem só dez anos”!/
Produzido em abril/2008