Joaquim Barbosa fala verdades e aborrece os mentirosos

Sua excelência, exemplo de superação das dificuldades, oriundo de berço humilde, que venceu na vida pelo estudo, pela inteligência, pelo mérito, enfim, desperta a ira dos que se locupletam no poder, dos que viram miliardários tendo como único talento o dom de iludir, de dissimular, de enganar a plebe rude. A caricatura do Jeremias mostra o jurisconsulto e seu martelo que deve contundir mensaleiros, transportadores de dólares no interior sórdido de cuecas, nos finórios ladravazes que fazem da vida pública um portentoso balcão de negócios, nos que querem transformar os exemplares da Constituição Federal em papel higiênico, nos relutantes em aceitar que, em vez dos gabinetes suntuosos da Ilha da Fantasia, lugar de ladrão é na cadeia.
O ministro disse, mais recentemente, que os partidos são de mentirinha pois não há consistência ideológica e programática, até mesmo por falta de interesse dos próprios dirigentes. “Querem o poder pelo poder”, disparou. Ah, pra quê. As hienas fizeram um barulho ensurdecedor. E como a pessoa que tem cecê, mau hálito, chulé não percebe a própria catinga que emana de si mesma, as hienas, bichos vorazes e carniceiros não sentem o fedor da putrefação que exala de sua natureza necrófaga.
As hienas irracionais são o que são, não escondem sua natureza predatória, ao passo que as racionais se encafurnam na empáfia, na demagogia, fingindo seriedade, lhaneza, retidão de monges franciscanos. Os políticos componentes da nobre ala das exceções — sim, felizmente existem e mantêm ligado o fio de esperança — deviam se solidarizar com o ministro e dizerem publicamente, em alto e bom som: ele está certo!
Publicado em junho/2014