Aqui eu guardo meus escritos.

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Tio Deco

 

Passou pela vida como os passarinhos,/
livre e solto como as aves são./
Sem patrão ou chefe a lhe ditar, mesquinhos:/
vamos, Mané, o lucro é nossa religião./

Sempre na beira de rios, riachos, laguinhos,/
da natureza curtindo tão sublime integração,/
pegava sem predar os seus tantos peixinhos…/
Que regozijo e maior consagração!/

Só o tabaco a acompanhar-lhe, nem sequer boteco./
E deste vício no final seu só tormento/
pois a megera da fumaça nos pulmões fez sedimento./

E nessa hora de emoção e vão lamento,/
em que choramos pelo triste passamento,/
só nos resta desejar: descanse em paz, tio Deco./

(Em homenagem ao meu tio Manoel de Castro Vaillant, falecido em 4/2/17). 

Publicado em fevereiro/2017.