Aqui eu guardo meus escritos.

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Meu caçulinha

Acorda mais cedo e disfarçando eu manjo,/
À minha cama vem como um tropel,/
Nessa altura da vida, olha o que eu arranjo,/
O sono esbulhado por gente do céu./

A felicidade existe e eu até a esbanjo,/
No filho que é meu tudo, minha fé, meu laurel,/
Tem 2 anos de idade e nome de anjo,/
Meu doce, espevitado, “diabinho” Gabriel./

Imploro a Deus que pela mão o conduza,/
Nas veredas da sorte precursando o ideal,/
Revolvendo os perigos da vida confusa./

E, se não exagero, me conceda o preito,/
Ao soar minha hora na orbe terreal,/
Por ele ter os olhos cerrados no leito./

Produzido em 1999 

Vida

No idílio do amor, na alquimia,/
da carne espasmecida e latejante,/
transfigura-se tudo num instante,/
e irrompe a essência da magia./

Depois…, ora, depois,/
a febre da paixão se arrefece,/
revigorando após em outra messe,/
no torvelinho da unidade a dois./

E assim cumpre a natureza/
sua obra de encanto e beleza,/
dos desígnios de Deus em aliança./

E coroando a perfeição do Pai,/
na ventura de se gritar um “ai”,/
o lindo choro de uma criança!/

Data incerta de produção

Intruso

Quatro paredes, uma cama e os ideais,/
Eram o palco de um amor em torvelinho,/
No ranchinho da tapera, os madrigais,/
Rompiam noites devagar e de mansinho./

Quatro paredes, uma cama, nada mais,/
Eram só o que consistia nosso ninho,/
Onde em ritmos e loucuras saturnais,/
Almas fundiam-se no ápice do carinho./

Quatro paredes, uma cama, eis que então,/
Um intruso invade a choça, de roldão,/
Exigindo seu espaço no cantinho./

E como quem nada queria, mas querendo,/
Alterou o ambiente, que ficou sendo,/
Quatro paredes, uma cama e um bercinho!/

Data incerta de produção 

Lembranças

Quando a tardezinha no horizonte vai morrendo,/
e a sombra da noite se achegando de mansinho,/
mais penso em tu quando entraste em meu caminho/
com a rubra tez do embaraço e amor trazendo./

Vês também, como eu, a bela tarde se desfazendo,/
também a noite se aproximando de mansinho,/
mas, insensível, não te recordas, com tal carinho/
das leis do amor que íamos sempre obedecendo./

Que bons momentos desfrutamos, que saudade…!/
Tão felizes fomos, de tal forma e de tal jeito,/
que é impossível não lembrar com intensidade./

Percebas tu essa incrível realidade:/
São as lembranças o refrigério mais perfeito,/
a amainarem as dores torpes da idade!

Data incerta de produção 

Pedido

Seria muito eu te pedir um pouco,/
do tanto que dás a muitos, levianamente?/
Ou pouco demais eu sou, ou muito louco,/
de muito amar quem me faz pouco, solenemente?/

Sou o muito pouco que te vales, e fico rouco,/
de muito lamento do nada que fazes, asperamente./
Ponha-te um pouco em mim, no arcabouço/
do sobejo do nada, da carência do pouco… é deprimente!/

Pense nisso um pouco, e muito te apiedes/
do muito sofrer de quem pouco te pedes,/
fazendo d´um pouco o meu muito, cruel amada./

Eu me contento com o que está nas Escrituras:/
“O pouco com Deus é muito”, mas amarguras,/
são o muito sem Ele ser nada!/

Data incerta de produção 

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