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Da série “Aves de rapina”: o agiota

Está no Aurélio: Agiota, adj. 2 gen. Que, ou pessoa que pratica agiotagem; especulador; usurário; interesseiro. Só que, no Brasil, principalmente no Brasil do Real, deveria constar no Aurélio da seguinte maneira: Pessoa “caridosa” que abrevia o fim de quem está nos estertores.

É o único comerciante que evita divulgar sua mercadoria, pois a demanda é inesgotável; geralmente simpatiza com o governo, pois este é o maior gerador da sua clientela; não teme a concorrência oficial dos banqueiros, uma vez que seus clientes, quase sempre, são renegados por estes, que preferem viver de um outro segmento mercadológico, que são as tetas da viúva; normalmente camufla sua atividade principal atuando oficialmente em outros ramos de negócios.

Resumo da ópera: o agiota nada mais é do que um produto do seu meio. Gerado pelo verme taciturno do capitalismo predatório e selvagem, o agiota encontra um habitat perfeito no Brasil.

Em Tempo: alguém aí troca um pré-datado pra mim? Pago 12%. “Por dentro”, é claro.

Publicado em dezembro/1996