Dilma, como eu, foi uma comerciante mal-sucedida. A pequenina, minúscula diferença é que ela virou presidente de todos os brasileiros, e eu, presido a mim próprio, apenas

O ex-presidente norte-americano Herbert Hoover (1929 a 1933), que viveu de 1874 a 1964, dizia: “Quando adoecemos, queremos um médico extraordinário. Se temos uma construção a fazer, queremos um engenheiro fora de série. Somente quando estamos na política é que nos contentamos com homens comuns”. A charge do Sponholz é uma brincadeira com a presidente Dilma Roussef, ex-comerciante que em 1995 montou duas lojas em Porto Alegre/RS para comerciar artigos populares importados do Panamá. Não deu certo. O negócio foi fechado em julho de 1996, segundo ela, porque “a gente esperava uma loja com artigos diferenciados, mas, quando ela abriu, era tipo R$ 1,99. Eram uns cacarecos”. A justificativa teria sido dada pela própria Dilma a Bruno Kappaun, dono de uma tabacaria no centro comercial Olaria, onde se instalou uma das lojas.
O chargista lembra a falência das lojas e a associa ao que, para ele, é a falência da gestão presidencial. Também fui comerciante mal-sucedido, e a bem da verdade continuei sendo um fracasso em todas as atividades que abracei, se considerado apenas o lado material. Mas minha incapacidade e falta de talento para gerir negócios, para ganhar dinheiro, só é prejudicial a mim mesmo e a meu filho caçula, único dependente que ainda não caminha com as próprias pernas, coisa que em breve o fará. Nunca pensei, por isso e mais alguma coisa, em assumir cargos de representatividade pública porque um político, desde um reles vereador a um presidente tem de possuir capacidade de gerir negócios públicos (mais complexos que os de uma lojinha), de auferir lucros, de viabilizar ganhos para a coletividade. Que tipo de gestor eu seria? Um malogrado!
Prefeitos, vereadores, governadores, presidentes, deputados, senadores teriam de ser notáveis no aspecto de empreendedorismo próprios, para depois emprestarem sua capacidade à causa pública. Mas isso pouco ocorre. Arrivistas da política, grande parcela destes agem justamente ao contrário, fazendo dos cargos públicos contrapontos à incapacidade. É sintomático que o Brasil, um país tão rico em recursos naturais, tão eclético em recursos humanos, esteja atravessando momentos de enormes dificuldades como soi acontecer!
Publicado em julho/2013