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Empréstimo compulsório

O famigerado Empréstimo Compulsório é mais ou menos como se alguém da máfia siciliana te abordasse numa agência de automóveis e sentenciasse: “se comprar este carro, é obrigado a nos emprestar 30% do preço dele. Prometemos que em dois anos o devolvemos.

A máfia (o governo) tomou-nos em 1986. Lá se vão 13 anos e até agora, nada. Mas era de esperar. Alguém pode acreditar na sinceridade e honestidade da máfia? Sarney — El Bigodon — foi quem nos afanou em 1986, dizendo que em 1988 devolveria. Não devolveu; Collor — o caçador de marajás alvejado por seu próprio bumerangue — prometeu devolver desde que não cassassem o seu mandato. Que figura! Não devolveu e alguém acredita que cumpriria a promessa se fosse livrado da guilhotina? Itamar — El Topeton — jamais tocou no assunto; FHC — o continuísta — passou batido pelo assunto no primeiro mandato. No segundo… quando na galinha nascer dentes, talvez.

O pior é que o dinheiro que nos foi roubado lamentavelmente não alimentou bocas famintas, mas aqueceu bolsos de linho de fino corte em conjunto com colarinhos brancos de seda importada.

Publicado em março/1999