Lembranças
Quando a tardezinha no horizonte vai morrendo,/
e a sombra da noite se achegando de mansinho,/
mais penso em tu quando entraste em meu caminho/
com a rubra tez do embaraço e amor trazendo./
Vês também, como eu, a bela tarde se desfazendo,/
também a noite se aproximando de mansinho,/
mas, insensível, não te recordas, com tal carinho/
das leis do amor que íamos sempre obedecendo./
Que bons momentos desfrutamos, que saudade…!/
Tão felizes fomos, de tal forma e de tal jeito,/
que é impossível não lembrar com intensidade./
Percebas tu essa incrível realidade:/
São as lembranças o refrigério mais perfeito,/
a amainarem as dores torpes da idade!
Data incerta de produção